23 maio, 2008

Gabriela, a caridosa, Ritinha a perigosa

Enquanto acendia um cigarro Gabriela assistia, quase sem piscar, o rumo que tomava a sua vida. Sempre passiva, quase vagarosa, Gabriela simplesmente não reagia às desditas de Ritinha, sua irmã mais nova. Ritinha sugava tudo o que havia em Gabriela. Sugava o sossego, o tempo, a paz e o dinheiro. Gabriela sempre cedia sem porfia.
Um dia Ritinha roubou de Gabriela o namorado, Antônio Carlos. No outro dia roubou as amigas, Marta e Luzia. No outro o cãozinho Pantopaz. Na outra semana, Ritinha imperdoável, roubou as roupas de Gabriela, e todos os seus sapatos, bolsas, batons e presilhas. E a tudo Gabriela assistia, quase sem piscar e sem porfia, o rumo que tomava a sua vida. Ritinha roubou os discos de vinil, as almofadas, cartas e fotografias do quarto. E Gabriela continuava fumando seus cigarros. Ritinha roubou os incensos, os bonecos de pelúcia, os bibelôs e os cortinados. Ao que Gariela respondia com a inerte fumaça do tabaco.
Um dia, porém, Ritinha cansou de roubar e, pela primeira vez, fez um pedido a Gabriela:

- Gabriela, dá-me um cigarro.

E Gabriela deu. Deu o cigarro, o isqueiro e os pulmões. Quanta caridade.

2 comentários:

  1. Qual problema dessa ritinha!?

    MULHER BURRA DO CARAI ! hahahaha

    no dia que encontrar uma dessa eu caso.

    ritinha dá tudinho mermo dá?
    hahahaha
    saudade de tu carol boy!
    bjo

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  2. eh verdade gabriela é quem sai dando por ai.

    hahaha

    ohh céus.
    falei com fernandinho agorinha.
    saudades da gota de voces meu povo.

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