09 julho, 2008

Natasha

Nathasha era doce e era bela. Da sua cabeça pendiam longos, pesados e lisos cabelos pretos. Ela tinha um jeito todo especial de andar, de sorrir, de atender o telefone e até de fazer, com os dedos, movimentos circulares constantes à volta do copo em que bebia. Suas unhas sempre perfeitas, seu cabelo sempre penteado, suas faces sempre rosadas, seus olhos sempre delineados, sua boca sempre molhada, denunciavam que Natasha estava sempre cuidada. Mas Natasha não era somente doce e cuidadosa, era cautelosa, precavida e segura, sempre. Natasha nunca perdia o controle.
Um dia, ao envolver-se como o seu vizinho, um príncipe encantado que em vez de a cavalo chegou à sua porta de elevador, Natasha tomou todas as precauções para que este relacionamento desse certo. Entre beijos, vinhos, queijos e risadas, Natasha sempre ponderava cada um dos passos que dava, como uma dança ensaiada. As coisas andavam no compasso certo. Natasha jogava o charme, junto com os cabelos, tirava o corpo, jogava o beijo e assim o vizinho ia perdendo o controle que Natasha agora tomava como seu. Lá do alto da sua doçura, da sua cautela, da sua candura, lá do alto do seu controle, do seu pudismo, da sua timidez, lá do alto Natasha levou um tombo. Entre beijos mais quentes, presa entre os braços do seu vizinho, Natasha perdeu o controle quando o dito cujo largou o vinho, segurou-lhe a perna e deslizou sua mão da coxa ao calcanhar dela. Natasha toda tremia, meio surpresa, meio perdida, com as forças findas e a boca fria. Do alto de todas as suas precauções e de todas as suas cautelas, Natasha a bela, paralisava todo o seu corpo diante do seu enorme deslize: não havia depilado as pernas.

2 comentários:

  1. ahhhh, maldita perna cabeluda.
    AEH UEHaeuAH

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  2. Hehehehehe
    N sei se conheço a história ou a pessoa, mas alguma coisa me soou familiar nesse texto... :D

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