imagem: daqui. |
- Senta direito, Gabriela. - disse Matilde com uma voz firme.
- Quantas vezes eu preciso dizer pra você não
colocar o rosto pra fora da janela? - continua a mãe.
Perdida no vento que fazia lá fora,
com os olhos fechados e sem demora,
Gabriela responde com a doçura negligente
da infância:
com os olhos fechados e sem demora,
Gabriela responde com a doçura negligente
da infância:
- Eu só queria sentir o vento no rosto, mamãe.
Sentir o sol queimar minha testa.
A estrada é tão longa, o percurso é uma demora,
o destino é uma espera e eu nem sei pra onde
eu tô indo, mesmo. Me deixa ficar com a cabeça
pra fora da janela. - responde Gabriela.
Diante da sensatez por trás daquela ingenuidade
comovente, Matilde segurou o volante com suas
duas mãos trêmulas e chorou. Escondeu a lágrima
que escorreu na face, com um sorriso no retrovisor.
Como ela nunca compreendera? Porquê ela
sempre escolhera fechar as portas e as janelas?
E como Gabriela, tão pequena, percebera
que viver é mesmo estar exposta, com os olhos,
o rosto e o coração pra fora?
- Gabriela...mamãe vai parar o carro
pra você abrir a porta.
Lindo!!!
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ResponderEliminaré perigoso ficar com a cabeça do lado de fora.
ResponderEliminarminha mãe me ensinou assim, e ela nem é castradora, é gente fina.
é que um outro carro pode arrancar a cabeça ou algo assim.
Hehe
texto bonito.
Carol,
ResponderEliminaradorei seu texto, e as vezes me sinto a mãe da Gabriela, mas por dentro a vontade louca de estar com a cabeça pra fora da janela, para e abrir a porta.
Seu texto nos leva a boas e ricas reflexões Carol. Linda é essa sua sensibilidade! Parabéns.
ResponderEliminarSeu texto nos leva a boas e ricas reflexões Carol. Linda é essa sua sensibilidade! Parabéns.
ResponderEliminarAmei <3 Já fiz uma postagem com esta foto rsrs
ResponderEliminarConheçam meu textos: http://www.avidaemletras.com/
Precisamos escolher os caminhos a trilhar, mas sem fechar os olhos para possíveis novas oportunidades. Como disse a sensata Gabriela, agente não sabe pra onde tá indo, então por que não aproveitar bem a viagem? A vida é muito curta para limitar-se ao incerto.
ResponderEliminarLindo texto Carol, ótima reflexão. Admiro mto vc.
Texto perfeito, que nos faz pensar em como seria bom se vivéssemos a vida sem amarras. Aproveitado os ventos, as chuvas as pedras no caminho. Parabéns pelo blog.
ResponderEliminarTambém tenho um blog onde escrevo poemas e textos. Se interessar, faça uma visita, será muito bem-vinda.
http://entrereaiseutopias.blogspot.com.br/
Beijo
Texto maravilhoso, Carol
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